A escolha do tema se deve à instigação ocorrida nas aulas do curso de extensão Educação para a diversidade e cidadania e à fomentação de debates proporcionados pela dinâmica do mesmo, com as contribuições da coordenadora geral professora Elisandra Maranhe, dos tutores e demais cursistas, assim como às contribuições dos textos e sites disponibilizados durante a realização do mesmo.
Pois, ao compreender o contexto do processo histórico, os meandros da lei e os enfrentamentos ocorridos com a demanda educacional, entende-se a necessidade da reformulação do ensino para garantir a efetividade do trabalho com a educação para a diversidade e cidadania.
Convém ressaltar, que se objetiva contextualizar as políticas e ações implantadas dentro do processo histórico para o entendimento das transformações benéficas na garantia do direito de todos e de cada um dos sujeitos. Entretanto, também demonstrar que os documentos legais deixam “brechas” para dubiedades de interpretações, que prejudicam a efetividade do processo de inclusão educacional no questionamento e análise, dentre outras, das seguintes inquietações:
Estão construídos que tipos de serviços?
Qual a efetividade do processo educacional?
Todos estão dentro da escola?
Há formação de professores?
Tem profissionais especializados para atender os alunos com necessidades educacionais especiais?
Quais são os equipamentos da escola?
Os materiais são readaptados?
Há recursos materiais e pedagógicos?
Há construções arquitetônicas para garantir a acessibilidade?
Os valores, as culturas e as etnias são respeitados e valorizados?
Além disso, visa demonstrar os impactos da atual Política Nacional, seus avanços e retrocessos e em que implica nas práticas educacionais.
Há a necessidade de compreender a educação enquanto direito fundamental de todos e de cada um, dentro de uma perspectiva inclusiva que busque uma educação igualitária e justa e que não aceite nenhum tipo de discriminação e preconceito.
Diversidade e cidadania é realmente um tema oportuno para o enfrentamento de nossa realidade atual diante a diversidade humana que deve estar atrelada à qualidade de ensino e não por forma de desigualdade ou discriminação que caracterizou a escola historicamente, privilegiando apenas a um grupo homogeneizador (masculino, branco, homofóbico, de classe social média alta/alta).
Os indivíduos são únicos, diferem em suas necessidades, características, saberes, interesses, habilidades, contextos social, econômico e cultural, origem, etnia, etc. Esta particularidade os torna diferentes. As diferenças os caracterizam únicos. A heterogeneidade e as diferenças constituem o indivíduo.
Daí a necessidade de se reduzir as desigualdades dentro do contexto escolar que considere as especificidades de cada um, na convicção que dentro desta pluralidade, educar-se-á para o pleno exercício da cidadania. A escola é o espaço privilegiado para disseminar a cultura do convívio na e para a cidadania e a inclusão social, no sentido de abranger todos os excluídos, que parta do princípio de uma educação para todos com efetividade e qualidade, dando respostas à heterogeneidade social para satisfazer às necessidades educativas de cada um.
Sendo assim, é necessário ter consciência da humanidade na diversidade, do que somos, de nossos limites, possibilidades e necessidades. Temos a nossa cidadania em comum, enquanto portadores dos mesmos e iguais direitos. E é nessa convivência na diversidade, que nossas crianças devem olhar o mundo, e a partir desta perspectiva, com atitudes críticas frente à realidade atual e solidárias umas para com as outras, que iremos construir e compartilhar o exercício da cidadania, para transformar esta realidade para melhor, que conceba um mundo mais justo e igualitário.