A fila era extensa para a caminhada!!!

A fila era extensa para a caminhada!!!
* As camisetas foram pintadas pelos motivos flora e fauna

Luta por uma questão ambiental

Luta por uma questão ambiental
* no dia 27/03/2010, os alunos da Emef Teofilo B. Ottoni, se reuniram em defesa da implantação do Parque Tizo

Visões heterossexistas e heteronormatividade. O que vem a ser?

Nos livros didáticos se constata um feminino delicado, emotivo retratando as meninas dóceis aos animais, com coraçãozinhos vermelhos ao redor, roupas rosas, quando não estão de saias estão com adereços no cabelo, de pulseiras, brincos e anéis. Na maioria das vezes de vestidos ou saias, e com cabelos compridos e bem penteados. Com bonecas, brincando de casinha, pulando corda ou observando os meninos brincarem de bolinha de gude, pipa, etc. Resumindo, bem "femininas", limpinhas e cuidadosas.

Ao passo que ao masculino são atribuído aos meninos visões machistas, reforçadas pelos cabelos arrepiados, bonés, roupas azuis, calções. Nas brincadeiras estão brincando com outros meninos e as meninas os observando. Possuem expressões de peraltices. Exatamente o oposto das meninas de forma a salientar a sua "masculinidade".

As figuras estão carregadas de estereótipos, definindo o rosa, a delicadeza, a emoção, a vaidade e o comportamento sutil para as meninas. Já o azul, a rusticidade, a hostilidade, enfim, os antagônicos a todas as representações postas às meninas são para os meninos. Selecionando-os e os classificando de formas padronizadas segundo critérios sexistas.

Lembrou-me a história do livro "Mamãe botou um ovo", de Babette Cole. No qual se retrata, tanto nas figuras como nas palavras a educação sexista, como segue um recorte:

"(...) As meninas são feitas de rosas e outras coisinhas mimosas (...) Os meninos são feitos de caramujos e pedaços de rabo de cachorro sujo(...)"

Sem sombra de dúvidas só há visões heterossexistas que refletem a heteronormatividade como mecanismo regulatório da sociedade, de forma a idealizar e a reproduzir as relações de poder existentes na sociedade. Sendo assim, há contextos relacionados às questões da sexualidade humana que retratam, fortalecem e padronizam a família composta por pais heterossexuais, irmãos e avós. São mostrados aos alunos como a "família ideal" e a única forma aceitável e válida de relação familiar. Emerge daí a necessidade e a possibilidade de fazer análises críticas com os alunos sobre o material na escola, através de reflexão e diálogo sobre o que nos é (im)posto.

O fato de vivermos na, com e para a diversidade, deve-se levar em conta que a realidade da sociedade atual é plural, múltipla e de contexto dinâmico das identidades. Em nossa família, em nossa comunidade escolar, em nosso bairro, na mídia deparamos com os diferentes modos de ser, de agir e as diferentes opções das pessoas, sejam elas de orientação sexual, sexualidade, identidade de gênero e de expressões afetivos-sexuais, próprias da singularidade de cada sujeito e de seus direitos de escolhas (livre arbítrio). Cabem a nós, educadores, o papel de favorecer a inclusão do tema em questão, enquanto Direito Humano e de respeito à diversidade humana. Além disso, devemos contribuir para que os alunos tenham uma postura crítica diante o que lhes é imposto no material didático, que se refere ao fortalecimento e favorecimento de práticas discriminatórias e excludentes, para que se combatam toda e quaisquer formas de exclusão e de discriminação.

Após a leitura do texto sobre as questões de gênero e de diversidade sexual, passei a refletir mais sobre estas questões. Na realidade nunca me ative em procurar a respeito destas questões nos livros, antes meu olhar era voltado sobre as questões "raciais", de "classe social", de composição familiar (no caso de separação de pais), etc. Agora passo a refletir sobre estas questões nos livros didáticos. Realmente temos que acabar com a reprodução de estereótipos que refletem negativamente em nossa sociedade, através de debates, análises e reflexão do que no é posto pelas culturas escolar e social.

A leitura do módulo, possibilitou uma análise crítica a respeito do tema em questão. Acendeu uma "chama de esperança" no desejo de contribuir para a análise desta questão em sala de aula. Confesso que a educação que recebemos e nossa cultura,que é antagônica a tudo isto, difunde saberes cristalizados que devem ser quebrados, muitas vezes não percebemos o quanto fechamos os olhos para tudo isto. Gostei de saber sobre as possibilidades de trabalhos nas indicações dos sites. Acrescentei ao meu dicionário a palavra "heteronormatividade" e educação "sexista", as quais desconhecia. Vi possibilidades de trabalhos eficazes em sala de aula e a necessidade de se trabalhar o tema, além dos enfrentamentos e entraves que terei com os pais para adentrar no assunto em questão...



Roberta